terça-feira, 19 de junho de 2012

Flor de Ciclâmen


A Arca da Graça, Flor de Ciclâmen,
abri na hora da minha morte. Amém.
Guerra-Duval

***
Na minha derradeira hora, suprema,
Os campos de meus lôbregos olhares,
Fanarão as noctívagas das flores.

E o céu d'alacridade, seu emblema,
Tornar-se-á mais roxo pelas dores,
Que carrego, além d'outros mais sofreres...

Sorvendo-me a míngua do mortório,
E contemplando o trágico destino;
Flores dentre as mais belas em silêncio,
Adornarão o olhar meu cristalino.

Anêmica a mão flébil, da Tristeza,
Tocará delicada, finalmente,
Os meus olhos tão cheios da pureza
Perdidos na penumbra opalescente...

***
Felipe Valle

São Paulo,
12 de Junho de 2012.

* Versos decassílabos no ritmo Heroico (6ª e 10ª).

** A disposição estrófica está em Alternativo Parnasiano.



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