quinta-feira, 17 de maio de 2012

Tempestade Lacrimal

  Do poente ao sentimento enfermiço,
  Caiu-se a face, redobrou-se o lamento.
  Surgiu, e morreu na dor do momento,
  Calando-se lastimoso e sem viço.

  Dias assim, tal qual turvo arcaboiço,
  Maculado, descrente e tão faminto;
  Seu corpo, feito hórrido labirinto,
  Anda sem sentido, rumo ao calabouço!

  E a Vida, quieta e voraz lhe indaga:
  Já sabes que aumentar-lhe-ei a tua chaga?!
  Por que é normal numa tempestade.

  Lágrimas sombrias, lágrimas sinceras,
  Na triste via repleta de quimeras,
  Vemos pelo olhar fatal da Verdade!

  Felipe Valle

  
* Versos decassílabos no ritmo Heroico (6ª e 10ª).

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