sábado, 21 de janeiro de 2012

Profundezas do Teu Eu



  Jurei p'ra mim, que jamais te abandonaria,
  Enquanto desvendava teus segredos;
  Pelo teu âmago, — tais atros alvoredos. —
  Insondável foi a náusea que me arruínaria!

  Inda no coração, — atra feitiçaria
  Na redolente imagem dos pecados!
  Fui sentindo... Meu ser por ti ornado.
  Filósofa eras tu com sua facúndia;

  E em desvario, no pranto alicerçado,
  Foi-se moldando minha face lúrida,
  Como o brilho d'outrora inapagado...

    Desse amor — esfacelou putrefeita
  Além da tua profundeza — que jaz lívida,
Num paul ou numa vala bem estreita!

Felipe Valle

  *Versos decassílabos no ritmo Heroico (6ª e 10ª).

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