domingo, 8 de janeiro de 2012

Em Vão

  Eu tenho tanto medo — sem tamanho;
  De te perder, e em vão tentar explicar,
    Todo nosso amor lôbrego d'antanho,
  A minha carcaça langue a estertorar...

  Enregela minh'alma deposta a prantear,
  Colada a u'a parede... Quando sonho
  Febril, com tua presença a me confortar,
  E mitiga meu temor com carinho...

  Beijos dados, na ardência fervorosa,
    Lembro-me compungido, um por um;
  Continham u'a sapiência silenciosa...

  Mas Deus!... — De tais alturas eu te clamo!
    A benção majestosa, e toda d'algum
  Lance; e salve a que tanto eu conclamo!...

Felipe Valle

  * Versos decassílabos no ritmo Heroico (6ª e 10ª).

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